Presença confirmada na Herdade do Freixo do Meio

Felis catus (Linnaeus, 1758)

Gato-doméstico

Sinonímias de Felis catus

Felis catus domestica, Felis lybica domestica, Felis silvestris catus

Ecologia de Felis catus

 © Luís Gaifém

Morfologia de Felis catus

 © António França
 © Ricardo M. Santos
 © Ricardo M. Santos
 © Ricardo M. Santos
 © Ricardo M. Santos
 © Ricardo M. Santos
 © Ricardo M. Santos
 © Valter Jacinto
 © Ricardo M. Santos
 © Valter Jacinto
 © Valter Jacinto
 © Rui Andrade

Informação detalhada sobre Felis catus

 

Descrição geral:
Tamanho e peso variáveis.
O pêlo(curto ou comprido) apresenta uma grande variedade de cores e padrões (uniforme, malhado ou listado). O comprimento médio cabeça-corpo é de cerca de 46 cm e o da cauda de 30 cm. O peso médio é de 4 a 5kg.
O dimorfismo sexual é atenuado, os machos apresentam caninos mais longos e são ligeiramente maiores e mais pesados do que as fêmeas (cerca de 20%).
       
Reprodução e cuidados parentais:
Reproduz-se todo o ano, podendo ter mais do que uma ninhada por ano.
O período de gestação varia entre 63 a 65 dias e as ninhadas podem ter entre 1 a 8 crias (em média 4).
As crias nascem cegas, com pêlo e com um peso médio de 100 a 110g. O desmame ocorre por volta das 7 semanas. As fêmeas alcançam a maturidade sexual entre os 5 e os9 meses de idade e os machos entre os 7e os10 meses após o nascimento.
O cruzamento com gatos selvagens (Felis silvestris) pode ocorrer levando à formação de indivíduos híbridos viáveis.
A sua longevidade varia entre os 10 e os 15 anos (ou mais) em ambiente doméstico e entre 1a 8 anos (em média 4) quando vadio ou assilvestrado.
Algumas das suas características ecológicas e biológicas variam consoante se trate de gatos exclusivamente domésticos (de interior ou com acesso ao exterior) ou de gatos domésticos vadios ou assilvestrados (que se mantêm nas proximidades das zonas urbanas e rurais).
É geralmente solitário quando ocorre a baixas densidades (inferior a 250 gatos/km2). Em áreas rurais é por norma poligínio (um macho acasala com várias fêmeas) e as fêmeas podem formar pequenos grupos de indivíduos relacionados entre si. Em áreas urbanas atinge elevadas densidades e tende a viver em grupos mistos de machos e fêmeas relativamente hierarquizados, apresentando um comportamento promíscuo (machos e fêmeas acasalam com vários parceiros).
Tende a ser mais activo durante a noite. A comunicação entre os indivíduos é feita por meio de miados, rosnados, ronronares e expressões corporais. Os machos marcam o seu território com urina.
       
Alimentação:      
É um animal carnívoro que possui um instinto natural de predador sendo exclusivamente solitário quando caça.
As presas que caça têm geralmente uma massa corporal inferior à sua (pequenas aves e mamíferos, alguns répteis, anfíbios e insectos), necessitando várias presas por dia.
       
Taxonomia e origem:
A sua classificação taxonómica é ainda pouco concensual. A maioria dos estudos existentes sobre a espécie aponta para a sua classificação como uma espécie independente (designada por Felis catus), enquanto que outros o consideram uma subespécie do gato selvagem (designada por Felis silvestris catus). Um estudo recente demonstra que a subespécie de gato selvagem Felis silvestris lybica (originária do Norte de África e Oriente Próximo) terá dado origem ao gato doméstico, há cerca de 100.000 anos atrás, na região do Crescente Fértil. O processo de domesticação terá começado há cerca de 10.000 anos, com o assentar das primeiras civilizações humanas nesta região e ao mesmo tempo que surgia a agricultura. Os indícios mais antigos da domesticação datam de 9.500 A.C e foram encontrados na ilha do Chipre.
       
Impacto ecológico:
Esta espécie encontra-se entre as 100 espécies invasoras mais nocivas do mundo segundo o Invasive Species Specialist Group.
Representa uma ameaça para a integridade do pool genético do gato selvagem (Felis silvestris) dado que se podem cruzar e obter descendência fértil. Pode também actuar como vector de transmissão de doenças a outras espécies. O gato doméstico representa ainda um perigo para as espécies locais das quais de alimenta sendo especialmente preocupante o seu impacto em ilhas.
       


Referências
Bradshaw J.W.S. 2006. The evolutionary basis for the feeding behavior of domestic dogs (Canisfamiliaris) and cats (Feliscatus). The Journal of Nutrition136(7): 1927S-1931S.
Driscoll C.A., Menotti-Raymond M., Roca A.L., Hupe K., Johnson W.E., Geffen E., Harley E.H., Delibes M., Pontier D., Kitchener A.C., Nobuyuki Y, O'Brien S.J. e Macdonald D.W. 2007.The Near Eastern origin of cat domestication.Science 317:519-523.
Griffin B. 2001. Prolific cats: the estrous cycle. Compedium23(12):1049-1057.
Say L., Pontier D. e Natoli E. 1999. High variation in multiple paternity of domestic cats (Feliscatus L.) in relation to environmental conditions. Proceedings of the Royal Society of London 266:2071-2074.
Vigne J.D., Guilaine J., Debue K., Haye L., Gérard P. 2004. Early Taming of the Cat in Cyprus.Science 304:259.
Woods M., McDonald R.A. e Harris S. 2003..Predation of wildlife by domestic cats Feliscatusin Great Britain.Mammal Review 33(2): 174–188.
 

2014 - Ficha elaborada por Patricia Rodrigues e André Silva
2015 - Ficha editada por Ricardo Silva